quinta-feira, 18 de maio de 2017

Cativeiro desintegrado


Uma percepção da natureza intrínseca da vida 
e da consciência que nela habita. 
Um estado de aprofundamento intrínseco e real. 
A vida da consciência, se esbanjando, se revelando, como se habitasse, antes, um embrulho, 
um papel de presente, papel este, maldito, 
que separa a vida da vida da consciência do cativeiro da alma. 
Papel este, que oculta o que há de mais real, nessa dinâmica mais natural da consciência, 
mas que fica - por causa do embrulho - a maior parte do tempo adormecida. 
A realidade da consciência, não cativa, não morre, por causa do mero embrulho. 
Ilusão. 
Ilusão, todo o chiste irreal e sem expressão em que te coroas vil e sem brilho! 
A forma é graça, a vida morte viva, 
esta sim é forma que serve de suporte, na dança triádica da vida que se perde e que se acha. 
As vezes, me acho dentro de mim. 
E fico feliz. 
Mas como tenho medo, a felicidade foge assim. 
Tão imediata sensatez do verbo morto. 
Morto de vida. Morno de cárcere. 
Tão orgulhoso de si, o morto algoz gozando na vida, violentando-a para lhe roubar o que não pode ter, 
porque não pode ser;
pois só a vida pode ser - só a vida é rara, cara e falha (por ceder, sempre, em movimento não violento e, mesmo com a violência lhe rompendo a matéria e lhe emitindo insultos, vez por outra).
Mas a vida pode roubar da morte,
o seu encanto.
Não sendo este um roubo violento, não sendo uma invasão da casa.
Mas um convite
O seu canto trágico a espreita, tentando lhe corromper, lhe dá uma chave.
Uma chave para a alquimia do verbo,
uma chave para ter forma e matéria,
Já que a vida é tão imaterial.
Portanto, precisa ser fecundada de morte,
Para interromper seu véu devaneio, 
Enquanto dança,
Na torre escura e leve, do inconsciente.
Envolta em gás - no véu de Isis - e não-matéria.
Morte é pressa vestida de violência, 
Sopro de corte, para aliviar o peso da Eternidade.
Eternidade esta, somente em forma, 
Forma que ganha corpo, na Ressurreição da falsa partida, no olho de Hórus que ocupa o espaço das ilusões.
Entre vida, morte e ressurreição. 
Entra a morte, fica o ser. Vida não mais inerte e embrulhada, mas,
Encarnada. Reveladora de sombras e dinâmicas sagradas. 
Movimento, do corpo que sabe sobre si mesmo.
Era memória, numa fotografia antiga e mofada.
E pela passagem, pelo rompimento do véu,
Transfigura o invisível, lhe dando cor, e sede.
Sede que se transformará em angústia.
Sempre que a Grande Mãe for esquecida.
Portanto,
Seus gestos, seus desejos, suas dinâmicas e ciclos,
Precisam de respeito. Precisam de escuta.
Para que o poder de também romper, com tudo o que é nefasto e destruidor - desprovido de Beleza e Amor -
Esteja e seja,
Intenso e penso.
Posso e invoco.
Alma.
Mãe.

Cuk, 18 de maio de 2017

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

25o Festival de Arte da Cidade de Porto Alegre, no Atelier Livre

Estarei participando do 25o Festival de Arte da Cidade de Porto Alegre, no Atelier Livre, com trabalho de performance musical em desenvolvimento, utilizando voz e sons eletroacústicos e a minha principal motivação estética e foco de atenção atual: a gestação. O direcionamento do olhar e da escuta para dentro do corpo. Os fluxos naturais e as oscilações de humor. A ansiedade e a defesa da prole. 2 seres humanos no "mesmo corpo". O fechamento para o mundo "exterior". O escuro do ventre e a espera pela luz do nascimento. Aos 6 meses e meio de gravidez o olhar, a escuta e a consciência das sensações se convertem em busca pelo que é essencial para a sobrevivência. O que não é, está fora. O foco de atenção está na questão vivencial, orgânica e tem relação com a vida em seu aspecto biológico, sensorial, emocional. 
Em breve postarei datas/horários da performance. 
Mais informações sobre esta 'Festa-trabalho' da Arte...


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MÚSICA DE POA 2010 – Concerto 2 – Ano 4

 
O QUE: Música de POA 2010 – Concerto 2 – Ano 4;
ONDE: Instituto de Artes da UFRGS, 
           Auditório Tasso Correa (Rua Senhor dos Passos, 248, Centro. Porto Alegre-RS);
QUANDO: 5ª feira, dia 23 de dezembro de 2010, às 19h;
QUANTO: entrada franca.
 
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COMPOSITORES
Alexandre Fritzen da Rocha
Cuca Medina
Daniel Mendes
Dimitri Cervo
Guilherme Bertissolo
Maria Eduarda Martins
Marcelo Villena
Rodrigo Meine
Sergio Baiano
 
INTÉRPRETES
Coro da UFRGS
Alexandre Fritzen da Rocha
Josué Santos Farias
Nanã Parú Quintela Pombo
Nativo Hoffmann Filho
Sergio Baiano
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Sobre o evento
 
O Música de POA é um evento criado com o objetivo de divulgar a música de concerto escrita e interpretada por músicos atuantes em Porto Alegre. O evento chega a sua quarta edição no intuito de ampliar os horizontes estéticos da música atual. Atualmente, o projeto é produzido e coordenado pelos músicos Alexandre Fritzen da Rocha, Abel Roland, Felipe Faraco, Lauro Pecktor e Rodrigo Meine.
 
Contatos
www.myspace.com/musicadepoa
http://musicadepoa.blogspot.com

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sobre pops e x-perimentals



Alguns compositores trabalham com a idéia de percepção memorial (arquetípica e até clichê) das pessoas: esses fazem música pop;
Outros ficam buscando a natureza de suas percepções, nomeadamente os x-perimentals... Com um sarcasmo rockeiro, daria para chamar de "punheteiros", aqueles que não interagem com o público, numa independência blasé, firme e bem estabelecida. É claro que aqui, a opinião tem um quê de brincadeira com um possível ponto de vista "popista" ou, na melhor das hipóteses um tanto aberto à atitude de interação entre um número maior de pessoas, compartilhando "um pouco mais" seus mitos, deuses, medos e sonhos. Não vejo problema nenhum em transitar entre posturas, pelo bem da desconstrução! O "pobrêma" é quando um ou outro tipo se torna fascista... ou faz o elogio da autoridade da "excelência" de um tipo em detrimento d'outro...Acho saudável o trânsito entre os tipos de "visão", ou de "zona de conforto", já que isso permite uma expansão da liberdade de pensamento, para desiludir o ser que, numa sociedade onde o sistema econômico e tecnológico predominante é extremamente favorecedor do comodismo. Não será pelo simples fato de se ter o poder de mexer o mouse, clicar e teclar, e escolher textos merecedores de reflexão ou de "exercício mental", que isso caracterizaria uma pessoa como "livre" ou "em exercício de sua liberdade". Muitas vezes o que percebo é uma série de clichês, sempre em busca de uma ação humana, para desilusionar. Desconstruir. Uma breve contribuição para a reflexão de segunda-feira, antes de um almoço "quase" à tarde. O sol começa a ficar menos agressivo. 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A Sombra do Porvir

No dia 21 de Maio apresentarei o meu recital de Mestrado em Composição
O trabalho foi orientado pelo Prof. Dr. Antônio Borges-Cunha, dentro do PPGMUS (Programa de Pós-Graduação em Música) da UFRGS

        A SOMBRA DO PORVIR

        O espetáculo é constituído por um conjunto de peças, para diversos meios expressivos, que tomam o conceito de sombra como principal motivação estética para a criação artística. Neste recital, as peças integrarão um trabalho que se unifica, com relação aos meios utilizados, por elementos associados à Performance Art, a experimentação, a pesquisa de técnicas expandidas para a voz humana e instrumentos, bem como a organização espacial, timbrística e harmônica dos sons na estrutura musical. É importante ressaltar, também, a relação entre visualidade e música – por meio do vídeo, da caracterização cênica dos músicos e do ambiente em que a música ocorre. Através de interferências na forma com que o expectador aprecia a música (na penumbra ou com luzes de cores específicas), há uma busca por um 'contexto-música' – considerando como parte da música todos os eventos que ocorrem no percurso temporal de uma obra –, procurando levar o público a um mundo onírico, envolvendo o jogo fenomenológico.

Dentre as referências e motivações estéticas para este trabalho, estão a psicologia junguiana – onde a sombra está associada ao inconsciente, aos aspectos negados pela mente consciente e àquilo que ainda não tomou uma forma plenamente cognoscível – e o informe como qualidade que caracteriza atitudes e materiais musicais, a organização das alturas (que também se vale de relações microtonais) e a harmonia resultante, e as relações entre diferentes temporalidades trabalhadas na forma musical (o tempo linear e o tempo não-linear).
                    
         A SOMBRA DO PORVIR apresenta um instrumental heterogêneo, nas seguintes composições:


O Espaço da Sombra 
(eletroacústica com espacialização em 5.1)

Pântano
Quarteto vocal e ceramofone (amplificados e com reverb large hall)
Soprano: Elisa Machado
Mezzo-soprano: Cuca Medina
Contralto: Francis Padilha
Baixo: Marcelo Villena
Ceramofone: Diego Silveira

Sombra em Espera
Trio para Mezzo-soprano, flauta em sol e violoncelo (com amplificação)

Mezzo-soprano: Cuca Medina
Flauta: Leonardo Loureiro Winter
Violoncelo: Vera Vieira

Regência: Jocelei Bohrer

Zona de Penumbra
voz feminina solo amplificada, sons eletroacústicos e vídeo

Performance / voz feminina: Cuca Medina

A Sombra de Mata-Hari
septeto instrumental, sons eletroacústicos e vídeo

Flauta: Michele Manica
Clarinete: Paulo Müller
Percussão: Diego Silveira e Felipe Koetz
Piano: Felipe Adami
Violino: Mariana Krewer
Violoncelo: Vera Vieira

Regência: Jocelei Bohrer



O Espaço da Sombra B (eletroacústica com espacialização 5.1 e vozes)
Com interferências das vozes (Soprano, mezzo-soprano, contralto e baixo) em diferentes pontos do espaço.

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Onde: Auditório do Instituto Goethe - Rua 24 de Outubro, 112 - Porto Alegre
Quando: 21 de Maio de 2010
Horário: 21hs
Entrada Franca
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sábado, 14 de novembro de 2009

FILME

O Pré-FILME foi no dia 4 de novembro último e o FILME (Festival de Improviso Livre e Música Extraterritorial), óntem, rendeu memórias de Arte Sonora e Música criada em real time. Se apresentaram os seguintes músicos / artistas sonoros - gaúchos e oriundos de territórios mais distantes daqui: Alexandre Fritzen da Rocha (piano), Cuca Medina (voz / effects), Diego Silveira (percussão), Felipe Faraco (contrabaixo elétrico), Fernando (contrabaixo elétrico), Guilherme Darisbo (guitarra), Marcelo Armani (bateria e percussão), Marcos Campello (RJ - violão elétrico), Nanã Parú (guitarra / effects), Nativo Hoffmann (guitarra), Yama Yuki (Japão - guitarra / effectos) objetos percutidos, ruidos malucos). Em breve postarei por aqui os vídeos deste evento, que foi concebido pelo Guilherme Darisbo. Noite memórável. Salve para todos os fantasmas do Instituto de Artes e seus fiéis guardiões, nesta sexta-feira 13. Salve à música!

Pré-FILME

Uma experiência doida, na Esquina Democrática do Centrão de Porto Alegre. Nós (Alexandre Fritzen da Rocha - escaleta - Cuca Medina - voz e acordeom -, Felipe Faraco - viola de arco -, Guilherme Darisbo - violino - e Nanã Parú - berrante e ferramentas de obra) paramos no meio da encruzilhada mais popular de Porto Alegre e colocamos nosso galo preto. O berrante ilustrou muito bem a nossa performance para o povão - o povão, aqui, talvez não seja uma categoria relacionada a um tipo de pessoa, mas a um tipo de comportamento expressivo que nós, humanos, adotamos frente a um grupo grande e heterogêneo de indivíduos. Eu não acho desagradável fazer uma performance de improviso livre no meio de pessoas que não foram convidadas previamente para o evento. Do contrário, é uma abertura ao porvir, uma abertura ao presente - que pode fazer desabrochar um conjunto de experiências relativas à forma com que nos relacionamos com o público, num espaço público e de caráter aleatório. Tivemos desde um fã do Faraco e do Fritzen (um rapaz de meia-idade super carente que solicitou abraços de 5 minutos de cada um dos guris - na foto com o Faraco - e que, diga-se de passagem, foi atendido). Foram 15 minutos, aproximadamente, de diversão, angústia, segurança-insegurança, busca pela superação de volume da voz - pra mim -, e visualização de rostos curiosos e indecisos, perante ao incerto.

domingo, 4 de outubro de 2009

Ramblas com o Darisbo

Óntem comecei uma participação no novo disco do Guilherme Darisbo. Gravamos, em minha casa, eu e o Alexandre Fritzen (pianista). Gostei do timbre e do touchè do Fritzen, que conseguiu participar da sonoridade proposta pelo Darisbo com sua guitarra com delays que vão delineando uma textura cheia, e mostrando o decaimento dos taps e dos harmônicos que este sabe filtrar bem, com sensibilidade. Depois, foi a vez do acordeom. Os guris me deixaram, seguiram seus caminhos mais para perto do centro de Porto Alegre - moro quase na zona rural desta cidade -, e eu gravei um unico take com o meu acordeom de 5 segundos. Não, não estou fazendo arte conceitual, não. A questã é que não consegui gostar de mais nada do que fiz e então deixei para hoje. Eu não iria me contentar, é claro, em participar apenas com 5 segundos. Mas foi legal, pois a energia do tempo gradual, um "tempo sem tempo", pediu que eu dialogasse com materiais em dois registros: feitos pelo baixo (do Felipe Faraco) e pela guitarra do Darisbo. Acabei gravando 3 takes de acordeom. Tomara que ele aproveite bem. Eu acho que deu pra bater um papo tanto com gestos mais melódicos e, de certa forma, dramáticos do Faraco, quanto com a guitarra zen-espacial do Darisbo.

About ‘Orange Álbum’, de Charles Dittgen

Extremamente fértil, criativo. Usa e abusa de um vocabulário rítmico-timbrístico atual, criando um diálogo curioso com sua geração. Algumas vezes profundamente melancólico – especialmente com relação à algumas passagens dotadas de um certo lirismo com relação à uma expressão estranhamente maquinal. Rico em paisagens sonoras puras e relativas à aspectos estéticos culturais – relativos especialmente à formas e fórmulas rítmicas e de algumas “tradições” musicais do imersas no caldo da cultura pop. Elegante no desenvolvimento da forma musical, conseguindo despertar os afetos, por meio de uma profusão de ritmos-timbres-envelopes-gestos. Instigante, atual e colorido, apesar de ser “laranja”.

O álbum pode ser baixado no Jamendo

http://www.jamendo.com/en/album/49803

Aproveite, e boa viagem!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Shows na Argentina

Nos dias 17, 18 e 19 vai ter show em Buenos Aires: Música de improvisação livre, performances maluquíssimas, objetos percutidos, intervenções de freqüências em mandalas capturadas pela sintonia fina do pessoal dessa trupe. Daqui de Porto Alegre: eu, Guilherme Darisbo, TEC - grupo de performance musical, com o Marcelo Armani. E mais uma galera...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais uma imagem, um templo de Kali.
 
Mãe Kali:
 
Leve todas as coisas inúteis
E me ajude a renovar meu espírito,
Nesta efeméride
 
Agora balzaquiana, sem medo de errar
Se errar, sigo rumo ao acerto, sem dramas
Não sou mais criança
Será que um dia fui?
Não lembro, infelizmente.
 
Sei que posso, que devo seguir criando um novo espaço
Dentro de mim e
Ao meu redor
Sei que estou a desbravar a luz
E do mundo das sombras
Uma imensa compaixão brota, como água fervente
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2009

Insomnia

Acá estou eu, com muitas dúvidas, questionamentos, objetivos, tateando finais - objetivamente falando do meu trabalho com o ciclo de peças que se concentra no obscuro, goticamente falando, de forma que a sombra vem como tema do projeto de pesquisa. Jung e toda a sua parafernália mítica me encontra navegando pelos mares arquetípicos. Sentamos para tomar um chá. Escrevemos palavras cruzadas e jogamos xadrez. Bem, isso seria um sonho - acá estou com muitos lampejos, assertividade certeira, sujeitos, adentrando uma poética do invisível, mais uma vez. "Não há sonhos", assim como o budinha-mirim do Matrix fala... ("não há colher"). Então, nessa vida tudo é realidade, até o que não parece ser é, então, realidade de fato. Seja o lugar onde isso aconteceu, onde for. Me sinto um pouco como uma criança aprendendo a deixar de ser birrenta e trágica, para ser apenas cômica ou, talvez melhor, lúdica. Pelúdica. Uma de minhas gatas, a Piluuuuda (sim, é esse o nome dela, se não pronunciar assim ela não se esfrega na cadeira e não fica quiriiida), é um bicho lúdico. Ela teve filhotes e até hoje acredita que uma "rosca" cobre-orelha de couro de um fone de ouvido (que fora arrancada, não me lembro como, do corpo deste objeto)é um ou todos os seus bebês. Eu acho que é isso, mas pode ser que não seja verdade. Pode ser que eu crio um objeto para ser meu e enxergo nisso apenas um canal para a sensação da maternidade. A Piluuuuda carregava a sua rosca / seu bebê para os cantinhos para onde se dirigia, para sentar e contemplar. O bichano anda na espreita. Na noite passada, sonhei que tinha descolorido o pelo de um gato que parecia a Boneca (outra de minhas gatas).Ela ficou branca. Eu não podia perdê-la de vista. Era como um mascote e como se fosse minha alma. Mas era, por outro lado, uma conquista. Perdí-a por um instante. Depois o encontrei. O bichano retornou para mim. O bichano é minha espreita. Também estou fazendo umas aulas de xamanismo com o Dom Juan. O Dom Juan que me mostrou a Castanha do Diabo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Para saber mais...

sobre a Mãe Kali http://br.geocities.com/templodekali/maekali.htm
A dança do sol Uma dança foi gerada, a partir de uma conexão espiritual com o grande ser Sol Kali apareceu Decidi construir um altar para Kali Que destrói toda a ignorância A falta de respeito com a liberdade A falta de amor pela vida E pela transformação Na pintura Ela carregará as cabeças decepadas Da ignorância Da falta de respeito com a liberdade Da falta de amor pela vida E pela transformação O chão do seu templo já está sendo pintado de preto A porta, por dentro já será logo pintada de preto É preciso ver a sombra para viver a experiência

terça-feira, 29 de julho de 2008

Últimas canções de Strauss

Estive escutando as "Quatro últimas canções" de R. Strauss, com a soprano Renée Fleming e o Regente Cláudio Abbado. Achei de uma sutileza incrível a interpretação de miss Fleming - ouvi falar que ela foi cantora de jazz, antes de embarcar na façanha do bel canto - e na sensível condução do Sr. Abbado. Mas o que mais me pega e me arrepiou a espinha foi a integração das faixas sonoras que por vezes soam como uma paisagem que derrete em cromatismos. O texto das canções evoca universos que transitam entre locais da natureza, como montanhas, e o sentimento humano. Percebo a obra como uma integração orgânica entre motivação e materiais. Há uma bela "sintonia". As quatro canções são: "Beim Schlafengehen" "Im Abendrot" "September" "Früling" veja no link onde assisti... http://www.youtube.com/watch?v=gsYkJbMNyH8

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Em busca de novas experiências musicais / artísticas / sensoriais

Ai meu Deus! Estou em busca de reconhecimento das faixas de freqüências, espectros, dinâmicas, gestos e imagens para começar a compôr meu portfólio de mestrado... Tenho já vários rascunhos, mas parece que todas as idéias demandam muito tempo "indisponível" das outras pessoas (músicos instrumentistas, atores, artistas plásticos... todos estes colaboradores que sempre aceitaram de bom grado embarcar comigo em minhas investidas!). E não tenho mais paciência pra alugar ninguém. Quero servir como instrumento de crescimento da investigação alheia, sim. Estou com a idéia de fundir (como um queijo fundido, mesmo!) barreiras entre práticas musicais e utilizar este quadro como material composicional, para um novo trabalho. Talvez a colagem seja um método! Talvez... Tenho vídeos que temperam o tempo com a sagrada melancolia, mas que ainda estão brutos. Também tenho samples que vou desconstruir, ainda pouco "lupados" (de lupa, aumentação do zoom), em seus elementos característicos com relação ao gesto que vive nestas manifestações, únicas, que rompem o caos (a?)morfo do tempo. Visualizo no meu telão interno um crescimento na entropia em vários níveis: o gênero, o estilo de interpretação, a textura, a densidade, a tensão harmônica, a condução das linhas melódicas, rítmicas e das faixas sonoras, estas com coloridos diversos.

Jantar Comemorativo - 25 anos de Comunicação de Fernando Souza

Foi muito bonita a festa de Comemoração de 25 anos de comunicação do colunista social Fernando Souza, ocorrida no dia 28 de Dezembro de 2007, no Clube Gaúcho de Santo Ângelo. Estive presente, cantando ao lado do violonista Luis Afonso Gubert. Foram apresentados arranjos e releituras de clássicos da música popular nacional e internacional - um arranjo com rítmo de milonga para "Enjoy the silence" (Depeche Mode); "O doce e o Amargo" (Secos & Molhados) com diferentes timbres vocais; "Ando meio desligado" (Mutantes), à duas vozes e violão (o Luis fez os "backing vocals").
A recepção do público foi boa; o pessoal de Santo Ângelo demonstrou uma ótima percepção da música e da expressão artística, o que chegou a nós através dos detalhes nos comentários
Parabéns pro Fernando e ao público sensível de Santo Ângelo!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Grupo de Pesquisa em Técnicas Expandidas para Voz

A idéia deste grupo, iniciado em 5 de Setembro de 2007 é reunir pessoas que tenham interesse sincero na investigação da técnica vocal na música contemporânea. O grupo está aberto para todos aqueles que tenham conhecimentos sobre a linguagem musical, seus parâmetros e paradigmas. Os encontros acontecem às terças, na Tecendo Som - Rua Baronesa do Gravataí, 169 - Cidade Baixa - email: contato@tecendosom.com.br