quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais uma imagem, um templo de Kali.
 
Mãe Kali:
 
Leve todas as coisas inúteis
E me ajude a renovar meu espírito,
Nesta efeméride
 
Agora balzaquiana, sem medo de errar
Se errar, sigo rumo ao acerto, sem dramas
Não sou mais criança
Será que um dia fui?
Não lembro, infelizmente.
 
Sei que posso, que devo seguir criando um novo espaço
Dentro de mim e
Ao meu redor
Sei que estou a desbravar a luz
E do mundo das sombras
Uma imensa compaixão brota, como água fervente
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2009

Insomnia

Acá estou eu, com muitas dúvidas, questionamentos, objetivos, tateando finais - objetivamente falando do meu trabalho com o ciclo de peças que se concentra no obscuro, goticamente falando, de forma que a sombra vem como tema do projeto de pesquisa. Jung e toda a sua parafernália mítica me encontra navegando pelos mares arquetípicos. Sentamos para tomar um chá. Escrevemos palavras cruzadas e jogamos xadrez. Bem, isso seria um sonho - acá estou com muitos lampejos, assertividade certeira, sujeitos, adentrando uma poética do invisível, mais uma vez. "Não há sonhos", assim como o budinha-mirim do Matrix fala... ("não há colher"). Então, nessa vida tudo é realidade, até o que não parece ser é, então, realidade de fato. Seja o lugar onde isso aconteceu, onde for. Me sinto um pouco como uma criança aprendendo a deixar de ser birrenta e trágica, para ser apenas cômica ou, talvez melhor, lúdica. Pelúdica. Uma de minhas gatas, a Piluuuuda (sim, é esse o nome dela, se não pronunciar assim ela não se esfrega na cadeira e não fica quiriiida), é um bicho lúdico. Ela teve filhotes e até hoje acredita que uma "rosca" cobre-orelha de couro de um fone de ouvido (que fora arrancada, não me lembro como, do corpo deste objeto)é um ou todos os seus bebês. Eu acho que é isso, mas pode ser que não seja verdade. Pode ser que eu crio um objeto para ser meu e enxergo nisso apenas um canal para a sensação da maternidade. A Piluuuuda carregava a sua rosca / seu bebê para os cantinhos para onde se dirigia, para sentar e contemplar. O bichano anda na espreita. Na noite passada, sonhei que tinha descolorido o pelo de um gato que parecia a Boneca (outra de minhas gatas).Ela ficou branca. Eu não podia perdê-la de vista. Era como um mascote e como se fosse minha alma. Mas era, por outro lado, uma conquista. Perdí-a por um instante. Depois o encontrei. O bichano retornou para mim. O bichano é minha espreita. Também estou fazendo umas aulas de xamanismo com o Dom Juan. O Dom Juan que me mostrou a Castanha do Diabo.