terça-feira, 16 de junho de 2009

Insomnia

Acá estou eu, com muitas dúvidas, questionamentos, objetivos, tateando finais - objetivamente falando do meu trabalho com o ciclo de peças que se concentra no obscuro, goticamente falando, de forma que a sombra vem como tema do projeto de pesquisa. Jung e toda a sua parafernália mítica me encontra navegando pelos mares arquetípicos. Sentamos para tomar um chá. Escrevemos palavras cruzadas e jogamos xadrez. Bem, isso seria um sonho - acá estou com muitos lampejos, assertividade certeira, sujeitos, adentrando uma poética do invisível, mais uma vez. "Não há sonhos", assim como o budinha-mirim do Matrix fala... ("não há colher"). Então, nessa vida tudo é realidade, até o que não parece ser é, então, realidade de fato. Seja o lugar onde isso aconteceu, onde for. Me sinto um pouco como uma criança aprendendo a deixar de ser birrenta e trágica, para ser apenas cômica ou, talvez melhor, lúdica. Pelúdica. Uma de minhas gatas, a Piluuuuda (sim, é esse o nome dela, se não pronunciar assim ela não se esfrega na cadeira e não fica quiriiida), é um bicho lúdico. Ela teve filhotes e até hoje acredita que uma "rosca" cobre-orelha de couro de um fone de ouvido (que fora arrancada, não me lembro como, do corpo deste objeto)é um ou todos os seus bebês. Eu acho que é isso, mas pode ser que não seja verdade. Pode ser que eu crio um objeto para ser meu e enxergo nisso apenas um canal para a sensação da maternidade. A Piluuuuda carregava a sua rosca / seu bebê para os cantinhos para onde se dirigia, para sentar e contemplar. O bichano anda na espreita. Na noite passada, sonhei que tinha descolorido o pelo de um gato que parecia a Boneca (outra de minhas gatas).Ela ficou branca. Eu não podia perdê-la de vista. Era como um mascote e como se fosse minha alma. Mas era, por outro lado, uma conquista. Perdí-a por um instante. Depois o encontrei. O bichano retornou para mim. O bichano é minha espreita. Também estou fazendo umas aulas de xamanismo com o Dom Juan. O Dom Juan que me mostrou a Castanha do Diabo.

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