sábado, 14 de novembro de 2009

FILME

O Pré-FILME foi no dia 4 de novembro último e o FILME (Festival de Improviso Livre e Música Extraterritorial), óntem, rendeu memórias de Arte Sonora e Música criada em real time. Se apresentaram os seguintes músicos / artistas sonoros - gaúchos e oriundos de territórios mais distantes daqui: Alexandre Fritzen da Rocha (piano), Cuca Medina (voz / effects), Diego Silveira (percussão), Felipe Faraco (contrabaixo elétrico), Fernando (contrabaixo elétrico), Guilherme Darisbo (guitarra), Marcelo Armani (bateria e percussão), Marcos Campello (RJ - violão elétrico), Nanã Parú (guitarra / effects), Nativo Hoffmann (guitarra), Yama Yuki (Japão - guitarra / effectos) objetos percutidos, ruidos malucos). Em breve postarei por aqui os vídeos deste evento, que foi concebido pelo Guilherme Darisbo. Noite memórável. Salve para todos os fantasmas do Instituto de Artes e seus fiéis guardiões, nesta sexta-feira 13. Salve à música!

Pré-FILME

Uma experiência doida, na Esquina Democrática do Centrão de Porto Alegre. Nós (Alexandre Fritzen da Rocha - escaleta - Cuca Medina - voz e acordeom -, Felipe Faraco - viola de arco -, Guilherme Darisbo - violino - e Nanã Parú - berrante e ferramentas de obra) paramos no meio da encruzilhada mais popular de Porto Alegre e colocamos nosso galo preto. O berrante ilustrou muito bem a nossa performance para o povão - o povão, aqui, talvez não seja uma categoria relacionada a um tipo de pessoa, mas a um tipo de comportamento expressivo que nós, humanos, adotamos frente a um grupo grande e heterogêneo de indivíduos. Eu não acho desagradável fazer uma performance de improviso livre no meio de pessoas que não foram convidadas previamente para o evento. Do contrário, é uma abertura ao porvir, uma abertura ao presente - que pode fazer desabrochar um conjunto de experiências relativas à forma com que nos relacionamos com o público, num espaço público e de caráter aleatório. Tivemos desde um fã do Faraco e do Fritzen (um rapaz de meia-idade super carente que solicitou abraços de 5 minutos de cada um dos guris - na foto com o Faraco - e que, diga-se de passagem, foi atendido). Foram 15 minutos, aproximadamente, de diversão, angústia, segurança-insegurança, busca pela superação de volume da voz - pra mim -, e visualização de rostos curiosos e indecisos, perante ao incerto.

domingo, 4 de outubro de 2009

Ramblas com o Darisbo

Óntem comecei uma participação no novo disco do Guilherme Darisbo. Gravamos, em minha casa, eu e o Alexandre Fritzen (pianista). Gostei do timbre e do touchè do Fritzen, que conseguiu participar da sonoridade proposta pelo Darisbo com sua guitarra com delays que vão delineando uma textura cheia, e mostrando o decaimento dos taps e dos harmônicos que este sabe filtrar bem, com sensibilidade. Depois, foi a vez do acordeom. Os guris me deixaram, seguiram seus caminhos mais para perto do centro de Porto Alegre - moro quase na zona rural desta cidade -, e eu gravei um unico take com o meu acordeom de 5 segundos. Não, não estou fazendo arte conceitual, não. A questã é que não consegui gostar de mais nada do que fiz e então deixei para hoje. Eu não iria me contentar, é claro, em participar apenas com 5 segundos. Mas foi legal, pois a energia do tempo gradual, um "tempo sem tempo", pediu que eu dialogasse com materiais em dois registros: feitos pelo baixo (do Felipe Faraco) e pela guitarra do Darisbo. Acabei gravando 3 takes de acordeom. Tomara que ele aproveite bem. Eu acho que deu pra bater um papo tanto com gestos mais melódicos e, de certa forma, dramáticos do Faraco, quanto com a guitarra zen-espacial do Darisbo.

About ‘Orange Álbum’, de Charles Dittgen

Extremamente fértil, criativo. Usa e abusa de um vocabulário rítmico-timbrístico atual, criando um diálogo curioso com sua geração. Algumas vezes profundamente melancólico – especialmente com relação à algumas passagens dotadas de um certo lirismo com relação à uma expressão estranhamente maquinal. Rico em paisagens sonoras puras e relativas à aspectos estéticos culturais – relativos especialmente à formas e fórmulas rítmicas e de algumas “tradições” musicais do imersas no caldo da cultura pop. Elegante no desenvolvimento da forma musical, conseguindo despertar os afetos, por meio de uma profusão de ritmos-timbres-envelopes-gestos. Instigante, atual e colorido, apesar de ser “laranja”.

O álbum pode ser baixado no Jamendo

http://www.jamendo.com/en/album/49803

Aproveite, e boa viagem!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Shows na Argentina

Nos dias 17, 18 e 19 vai ter show em Buenos Aires: Música de improvisação livre, performances maluquíssimas, objetos percutidos, intervenções de freqüências em mandalas capturadas pela sintonia fina do pessoal dessa trupe. Daqui de Porto Alegre: eu, Guilherme Darisbo, TEC - grupo de performance musical, com o Marcelo Armani. E mais uma galera...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Mais uma imagem, um templo de Kali.
 
Mãe Kali:
 
Leve todas as coisas inúteis
E me ajude a renovar meu espírito,
Nesta efeméride
 
Agora balzaquiana, sem medo de errar
Se errar, sigo rumo ao acerto, sem dramas
Não sou mais criança
Será que um dia fui?
Não lembro, infelizmente.
 
Sei que posso, que devo seguir criando um novo espaço
Dentro de mim e
Ao meu redor
Sei que estou a desbravar a luz
E do mundo das sombras
Uma imensa compaixão brota, como água fervente
 
 

terça-feira, 16 de junho de 2009

Insomnia

Acá estou eu, com muitas dúvidas, questionamentos, objetivos, tateando finais - objetivamente falando do meu trabalho com o ciclo de peças que se concentra no obscuro, goticamente falando, de forma que a sombra vem como tema do projeto de pesquisa. Jung e toda a sua parafernália mítica me encontra navegando pelos mares arquetípicos. Sentamos para tomar um chá. Escrevemos palavras cruzadas e jogamos xadrez. Bem, isso seria um sonho - acá estou com muitos lampejos, assertividade certeira, sujeitos, adentrando uma poética do invisível, mais uma vez. "Não há sonhos", assim como o budinha-mirim do Matrix fala... ("não há colher"). Então, nessa vida tudo é realidade, até o que não parece ser é, então, realidade de fato. Seja o lugar onde isso aconteceu, onde for. Me sinto um pouco como uma criança aprendendo a deixar de ser birrenta e trágica, para ser apenas cômica ou, talvez melhor, lúdica. Pelúdica. Uma de minhas gatas, a Piluuuuda (sim, é esse o nome dela, se não pronunciar assim ela não se esfrega na cadeira e não fica quiriiida), é um bicho lúdico. Ela teve filhotes e até hoje acredita que uma "rosca" cobre-orelha de couro de um fone de ouvido (que fora arrancada, não me lembro como, do corpo deste objeto)é um ou todos os seus bebês. Eu acho que é isso, mas pode ser que não seja verdade. Pode ser que eu crio um objeto para ser meu e enxergo nisso apenas um canal para a sensação da maternidade. A Piluuuuda carregava a sua rosca / seu bebê para os cantinhos para onde se dirigia, para sentar e contemplar. O bichano anda na espreita. Na noite passada, sonhei que tinha descolorido o pelo de um gato que parecia a Boneca (outra de minhas gatas).Ela ficou branca. Eu não podia perdê-la de vista. Era como um mascote e como se fosse minha alma. Mas era, por outro lado, uma conquista. Perdí-a por um instante. Depois o encontrei. O bichano retornou para mim. O bichano é minha espreita. Também estou fazendo umas aulas de xamanismo com o Dom Juan. O Dom Juan que me mostrou a Castanha do Diabo.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Para saber mais...

sobre a Mãe Kali http://br.geocities.com/templodekali/maekali.htm
A dança do sol Uma dança foi gerada, a partir de uma conexão espiritual com o grande ser Sol Kali apareceu Decidi construir um altar para Kali Que destrói toda a ignorância A falta de respeito com a liberdade A falta de amor pela vida E pela transformação Na pintura Ela carregará as cabeças decepadas Da ignorância Da falta de respeito com a liberdade Da falta de amor pela vida E pela transformação O chão do seu templo já está sendo pintado de preto A porta, por dentro já será logo pintada de preto É preciso ver a sombra para viver a experiência